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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

das influências familiares



Na infância eu era muito ligada a uma tia, cuja filha hoje é quase minha - a Luísa, personagem freqüente das meninices desse blog.

Por algum tempo moramos na mesma casa e é a ela que devo parte da minha formação musical. A culpa dela hoje não é tão grande, já que os artistas brasileiros andam meio abandonados por mim. O fato é que quando escuto Geraldo Azevedo, me lembro de deitar no chão do quarto com a minha tia, depois de carregar o Meu primeiro Gradiente até lá, e ficarmos cantando. É engraçado como foi exatamente nesse quarto que recebi a que pode ser considerada a pior notícia da minha vida - até agora, claro - e o que ficou foram as canções.

Tava conversando com a tia e olhando a Lu montar um quebra-cabeça no chão da sala, com um orgulhozinho por ela se sair tão bem na tarefa. Pensei que "tá grande, já, a minha menina" e entendi exatamente o olhar de certas pessoas. É assim: convive-se com uma criança tempo suficiente pra se apegar a ela e aí, hiato. Não há contato até que a criança passe a adolescente, ou adulto, e a gente vê um pedaço da vida ali, entre maravilhado e desolado, perdido, sabe? Tá, eu tenho 23 anos de idade e não poderia saber disso, mas recentemente vi na rua um garoto de quem eu cuidei quando ajudava numa brinquedoteca, 10 anos atrás. Ele estava fumando, ao lado da [suposta] namorada e com a chave do carro na mão. E duas vezes mais alto que eu. Oi? Como assim? Não ficam crianças pra sempre?

Mas tô me desviando.

Minha relação com essa tia já foi desesperadoramente ruim, a ponto de quase causar problemas familiares. Por que? Gênio. O meu e o dela são um só. E como diz o sábio Vovô, dois bicudos não se beijam (isso é mentira. Eu sou a menos bicuda daqui de casa - geral tem aquela boquinha de coração, saca? - e já vi muito bicudo se beijando).


E lá vem ela com essa de me chamar de bicudo...



Mas me desviei de novo.
O esquema era musical.

Pois é...
Acho que era isso.
Estávamos lá conversando, lembrando de umas coisas [e a minha memória, que eu considerava boa, passou a putamerda puxavidacomoéquevocêselembradisso?! Minha memória mais antiga é de quando eu tinha aproximadamente 1 ano e meio de vida. Yay!] e rindo. Todo mundo disfarçando um pouco a emoção que eventualmente aparecia, que isso aqui é família de cabra macho! Mulheres incluídas no pacote. Daí, na conversa de música, me lembrei de uma meninice própria:
Uma vizinha - adulta - me perguntou qual era a minha música preferida.
_Sabor colorido.
_Aaah, da Xuxa, né?
_Não! Do Geraldo Azevedo!
_Mas isso não tá certo. Músicas preferidas de meninas de 7 anos, ainda mais com esse nome, têm que ser da Xuxa!

Não.
Não têm.
")

É. Texto meio sem sentido, porque as lembranças me atacaram sem sentido.

E agora, no fim, ouvindo uma das músicas espalhadas no post, me lembrei de uma outra e de como eu vi, sem saber, um momento de inspiração pra ela (e posteriormente fui pro estúdio fazer backing vocal na gravação!):

"Eu queria tanto ser a melodia
Das canções que você canta todo dia sem notar"

E sabe? Eu também queria.




5 comentários:

Tati disse...

Ai, que lindo. Me emocionei. E fiquei pensando no meu Arturzinho.... Pensar que ele vai crescer e que um dia também vou vê-lo por aí, com namorada e segurando chave de carro, sem nem lembrar de quando ele era pequeno e era só meu me dá um aperto tão grande no coração. Quase chorando aqui. Ai, Deus.

;o~~~~

Joyce Pfrimer disse...

Geraldo Azevedo só me traz lembranças boas, a maioria com meu pai...de certa forma dá um aperto no peito...
Pena msm não existir infância eterna...se exestisse eu queria a minha de volta, eu descobri que eu não sei ser adulta! =P

Orelha ® disse...

foda
eu tambem lembro de coisas soltas de tempos passados, é legal mas nunca tem muito sentido, já esse negocio das crianças crecerem é estranho pra caralho

uma hora vc ta ensinando a andar de bicicleta na outra vc esta ensinando a beber xD

nina percheron disse...

aquelas coisas que só a saudade explica, com melodias e lembranças.

eu queria voltar pra minha infancia.

;*****

Nathie disse...

já eu achei muito(s) sentido(s) nesse texto!

=]