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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

da indigestão


_Falava tão mal da banda, e agora não pára de escutar...

É verdade.
E eu tenho duas justificativas:
1, a mais grosseira: Eu mudo de ideia quando eu quiser e passo a apreciar as coisas, se elas me parecem mais interessantes;
2, a mais delicada: Eu desenvolvo problemas sentimentais com determinadas músicas.

Aaan, cuma?

Minha ligação com músicas sempre foi muito forte, desde que eu era criançapequenaláemanáps. Mas ela só passou a me afetar negativamente depois que os dissabores da vida começaram. Se eu não quero me lembrar de fulano e a música Y me remete a essa pessoa, evitarei a música Y e tudo que estiver ao redor dela. Simples assim.

Bom, claro que não é tão simples. Eu controlo o que ouço no meu quarto, no meu iPod, na minha casa e, de certa forma, até o que ouço na casa de alguns amigos, contudo o controle total da música no mundo não é meu. E se fosse, cês tavam ferrados! muaahahaha

E foi em casos de não-controle da minha parte que eu sofri ouvindo [usarei como exemplo fictício o] Nando Reis. E numa época em que ele tocava em qualquer ambiente. Era desesperador: deixei de sair de casa por uns tempos. Nunca fui rata de bar, mesmo, então essa parte não foi tão difícil assim. O bloqueio só desapareceu quando, masoquista que sou, fui a um show do homem. E foi tão divertido, tão cheio de poeira, piada, vodca e corantes, que forcei meu cérebro a desvincular a música do cara e o incidente anterior.

Isso me veio à cabeça junto com um trecho de pensamento:

A música pode ser a melhor do mundo, mas, por me lembrar Fulano, ou Beltrano, fica indigesta. Eu ouço e aquilo fica arrotando na minha cabeça.

E o fragmentinho me ocorreu depois que observei que meus fantasmas estão se especializando: têm utilizado formas cada dia mais refinadas para me assombrar. Eu poderia dizer que isso não me afeta, que eu sou foda, e minha cabeça é foda e eu fodasticamente tenho o controle sobre tudo o que acontece comigo e com isso sou foda o suficiente para não me deixar afetar por fantasminha nenhum. Poderia, mesmo. Mas, além de feio e mal escrito, seria mentira. Dizer que não me afeta seria mentira. Men-ti-ra. [3 vezes, porque segundo o Alcorão cê tem que falar 3 vezes uma coisa, pra ela ter valor. E por favor, não me açoitem, se isso estiver errado. Eu li assim e foi assim que aprendi.]
Foda é a minha mãe. Eu sou uma fracotinha.

Mas o fato é que tenho conseguido me manter mais coesa, me importar um pouco menos. E, especialmente, observar e reagir quando é só um piti, meninice. Nesse caso me dou uns dois tapas na cara e grito, com voz bem grave, Seja homem, mulher! Daí me controlo.

Olha só que beleza!



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Vou dizer, vou dizer:
Não pensem que Smashing é a banda em questão. Primeiro porque nem foi uma banda que me inspirou. Depois, porque meu único problema com Smashing é não ter mais discos deles.
Eu só quero fingir que mantenho um pouo da minha privacidade. ;)

8 comentários:

Tati disse...

Eu acho que a gente não tem mesmo como controlar (todas) as coisas que se sente, mas por algumas músicas vale a pena o esforço de tentar desvincular. =D

Toni Barros disse...

Top 5 músicas que me afetam:

1. Bizarre Love Triangle (versão Frente!, mas a original do New Order também, por extensão)
2. Luiza - Tom Jobim
3. Norwegian Wood - Beatles
4. Champagne - Pepino di Capri
5. Uns Versos - Adriana Calcanhotto

E tenho todas essas (menos Champagne) no iPhone.

Veja que é um Top 5, a lista completa seria enorme.

E a resposta grosseira seria: Eu mudo de ideia quando eu QUERER!
Hehehhe

Saudades de vc, beijo.

Cachorro de 3 pernas disse...

(pronto já baixei House)
Bah, eu sou a rainha de "músicas that you shall not listen":
crush
crash
let you down
Lanterna dos afogados
Shiver
Coração leviano
Bob Paraguaçu (sim do Réu e condenado)

tem versões que eu não ouço porque me lembram tipo, O DAVE MATTHEWS e ele me lembra outro alguém, ou outra coisa... Ser sentimentalóide é barra.


Ah, vc sabe ehehehe

Anônimo disse...

Eu também tenho problemas com isso, eu lembro que escutava o superunknown do soundgarden direto no ônibus indo pra faculdade no tempo do guaraná de rolha, até que um dia escutar o superunknown automaticamente me remetia a "tenho prova hoje e não estudei" ou coisa parecida.

Meu mundo emocional deixa rastros gordurosissimos pelo mundo físico, freqüentemente preciso variar os caminhos pra chegar no mesmo lugar justamente por causa desses rastros.

Fazer o que? Coisa de gente doida, mas, paciência.

caracol menina ~° disse...

hâm.
a relação com a música é uma coisa ambígua para grande porcentagem da população terrestre (e pq não universal?).
quando vou à tal lugar o qual não tenho controle da música, eu procuro ficar ligada. Já aconteceu de eu estar em ambientes públicos, aí toca aquela que me faz chorar (sem motivos tão específicos) e eu, engolindo o choro. hahaha
que ridículo.
se der p eu me retirar do local, ir ali fingir q vai fumar, eu vou. Mas se não, faço como vc:
"Nesse caso me dou uns dois tapas na cara e grito, com voz bem grave, Seja homem, mulher!"

^^

Ana B. disse...

qdo afetam a música eu até não me importo tanto, mas qdo marcam chicletes, balas e pratos q acho massa,acho páia

Raissa disse...

ahai, sensacional!
.o paradigma a respeio do mundo da musica ser exterior as vontades individuais
.arrotos na cabeça
.foda é minha mãe
.seja homem mulher
são muitas questoes cruciais que aborda verdades absolutas.
ótimo post!

Joyce Pfrimer disse...

Eu vivo me contradizendo,por isso não posso falar nada!

o q nos resta é sermos homens já que nossas mães não foram! =P

ps.: eu ainda nao te passei o numero da conta pq eu nao tenho nem idéia de qd vou a exposição...mas fica tranquila...vai ter sua encomenda! =)