No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto
a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais
mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.
Bem no fundo, Paulo Leminski
Eu já fui bem mais de poesia.
Hoje quase não leio, apesar de estar tentada a pedir o Livro do Desassossego emprestado. Sou mais da prosa - da prosa poética, talvez. Mas o Leminski tem uma poesia meio "carne crua", como muito bem explicou um querido hoje, e me desce rasgando, com bem me expliquei hoje.
O fato constatado é que é disso mesmo que eu gosto.
Hoje quase não leio, apesar de estar tentada a pedir o Livro do Desassossego emprestado. Sou mais da prosa - da prosa poética, talvez. Mas o Leminski tem uma poesia meio "carne crua", como muito bem explicou um querido hoje, e me desce rasgando, com bem me expliquei hoje.
O fato constatado é que é disso mesmo que eu gosto.
2 comentários:
essa poesia, e essa música...não pode eu to muito sensível ultimamente!
São meus favoritos, Leminski e Pessoa. E não precisa pedir emprestado não, tem o Livro do Desassossego prá baixar, no site do governo. Já viu? Vê lá. http://www.dominiopublico.gov.br
;o***
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