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sábado, 5 de setembro de 2009

do quarto fechado



Ainda que ele mesmo tenha dormido com aquele travesseiro, cheirou-o e jurou sentir o cheiro dela. Não o perfume que ela usa, mas o cheiro que ela tem.
Era assim com as coisas.
Sentia a presença nas coisas pequenas - nas grandes também, é verdade. Fossem elas boas ou ruins, tinha o impulso de dividir sempre com a mesma pessoa. Várias vezes pegou o telefone e chegou a discar. Desligava antes que se pudesse completar a ligação.
Mas naquela noite poderia sentir o cheiro.
A textura da pele, o cheiro do cabelo, a respiração suave e o sorriso suave de quem dorme bem e provavelmente tem um sonho bom.

Observou bem, decorou cada detalhe e guardou tudo num pacotinho, no quarto fechado da memória.
E se aquela fosse a última vez?


(11 de junho de 2009)

5 comentários:

Anônimo disse...

chorei... e sabe pq?

pq tenho certeza que ele faz exatamente isso ...

sei que sente minha falta e que todo esse orgulho ridiculo dele nos impede de sermos felizes... juntos...

realmente emocionada...

=*

Anônimo disse...

Espero que a tranquilidade volte, a paz cmg masma.. e talvz isso nao aconteca se ele voltar pra mim... e talvz nao aconteca se eu esquece-lo... essas coisas simplesmente demoram pra acontecer ... parece karma... mas nem sei se acredito em karma rs

=*

Tati disse...

Não gosto de me sentir assim.

nina percheron disse...

o cotidiano é feito de ultimas vezes, e isso me deixa agitada preocupada. porque eu penso, tanta coisa podia ser diferente e por pequenos e meros detalhes, se guardam, se fecham... simplesmente passam, nao acontecem.


queria dizer que eu sempre ouço as musicas dos seus posts. adoro!

;*

Joyce Pfrimer disse...

que bom que existe o quarto fechado da memória....