Páginas

.
.
.
.
.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

dos problemas




O problema de um tremor de terra no Centro-Oeste brasileiro é que vai por água abaixo um paradigma da minha infância e uma sensação de segurança. Mas poderia começar a nevar, que eu não me importaria.
O problema de conhecer "de verdade" pessoas que antes só existiam na vida virtual é que às vezes elas são melhores online. [tô me referindo a mim mesma, já que minhas 3 últimas aquisições são fantárdigas!]
O problema do lero-livro-ver-o-filme-ouvir-o-disco-assistir-ao-musical é que, como os meios de apresentação são diferentes - e as pessoas que decidem o que entra em cada um também -, as minhas partes preferidas nunca ficam só no filme ou só no livro e eu começo a adicionar um no outro. Exemplo prático: não sei mais quais partes do Guia do Mochileiro estão na película [ui!]. Todos os trechos favoritos estão visualizados e, pra mim, tá tudo no filme, que eu só vi uma vez.
O problema de ir a shows de bandas de que realmente gosto muito é que quando acaba eu estou com o coração cheio, uma felicidade que beira a idiotice, de tão grande. Daí nos dias seguintes cai em mim uma sensação de vazio, como se faltasse alguma coisa. Por sorte esse ano tá foda e tem um show atrás do outro, o que me leva ao próximo problema. 
O problema de ter tanto show bom é que nem todos são por aqui e nem todos custam 13 reais [sim, treze reais, né, Moby, seu lindo?], portanto não posso assistir a todos e fica aquela decepção na garganta. Vai vendo. 
O problema de mudar drasticamente alguma coisa na nossa própria vida é que, por mais que se insista em ser lobo solitário, escutador de post-rock, algumas pessoas merecem ouvir o que vai acontecer. E, por mais difícil que seja, uma conversa clara é absolutamente necessária [e, muitas vezes, aliviantes].
Outro problema em mudar drasticamente alguma coisa é que as pessoas ou ficam curiosas, ou preocupadas, ou os dois, e querem saber mais, especialmente se você não estiver interessado em falar. É uma proporção injustamente desproporcional.
O problema em comer maçã é que ela raramente mata minha fome.
O problema em frequentar o Subway que tem perto da minha casa é que eu sou maltratada e sempre volto. Fico me sentindo mulher de malandro.
O problema em me apaixonar por uma música é que as pessoas ao redor enjoam dela, já que não rola limite pro botão repeat. Mesma coisa para álbuns completos - sem contar que com Lastfm, a obsessão fica óbvia.
O problema em eu ter a senha desse blog é que posso escrever abóboras e publicar sem ninguém me impedir. Ó o perigo!





O problema em sentir saudade é ter que fingir que está tudo bem.

7 comentários:

Tati disse...

Mas eu acho que todo problema tem um lado bom. Vamos observar.

Unknown disse...

E te digo mais,o problema é que sempre achamos problema em tudo.Eu tbém.

Letícia disse...

Sorte nossa que você pode escrever abóboras. :)

Giu disse...

HAUHAUAHUAHUA, eu acho vc legal online e offline, combinado? =D

E pera, comassim Moby tocou aí por 13 míseros reais?

Cachorro de 3 pernas disse...

Moby estragou minhas saídas no DF. Comprei 4 ou 5 ingressos naquele dia pelo preço de 1/4 de ingresso de um show qualquer. Vou eu pagar 15 pra entrar em qualquer lugar xinfrim em Brasília? Não, né? Moby, seulindo.

Anônimo disse...

TREZE REAIS?? o.O

Hahaha Torço para que vc continue escrevendo mtas e mtas abáboras por aqui. Belo post.

Fernanda H.A. disse...

Mas problemas nem sempre são só problemas.