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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

das aleatoriedades da vida (V)





Outro dia fui visitar uma tia que normalmente só vejo uma vez por ano, no natal. Ao contrário do que costumam ser essas visitas, a dela é é sempre divertida e agradável. Hoje não foi diferente e saí de lá com um pensamento: preciso visitá-la com mais frequência. E um outro rebatendo o primeiro: você sempre sai de lá pensando isso, passa o ano todo se prometendo e só volta no natal seguinte.
Porque, vejam bem, eu sempre deixo pra protelar amanhã, que hoje eu tô com preguiça.
O fato é que eu me comprometi a voltar lá na próxima semana. E se eu dedico um dia da semana pra ver meu avô, haja o que houver, posso arrumar um dia a cada 2 meses, sei lá, pra dar um oi pra tia bacana. Sim, eu sou retardadona e gosto da maioria da minha família, faço alguns esforços pelos meus, por mais que eu queira sumir no mundo. As pessoas que me suportam nos meus momentos mais insuportáveis merecem consideração da minha parte. Prometo me esforçar.

E tem um assunto que me martela há eras: a falta de respeito com a opinião/gosto alheio. "Eu não como carne e ninguém mais pode comer!", "Eu não vivo sem carne e não aceito que alguém consiga!", "Todo muçulmano é terrorista", "Essas bicha vão tudo pro inferno", "Como assim, você dorme às 4 da manhã por opção?" e coisas do gênero invariavelmente me emputecem um pouco. Dependendo do assunto, me emputecem bastante. Num nível "Não vou tocar nesse assunto com você, porque não sei brincar" de emputecimento.
Hoje no Twitter, uma menina foi muito infeliz em duas afirmações [aqui e aqui]. Minha reação não foi bonita e eu apagaria o tweet, por vergonha, se não tivessem dado RT nele [e consequentemente espalhando a minha própria idiotice e embasbacamento diante da pataquada]. Bom, se todas as pessoas que prometeram denunciar a mocinha o fizerem de verdade, ela se encrencou. Quando li as babaquices dela - e enquanto eu escrevia isso mais uma acéfala fala asneira da mesma linha... - me senti ofendida. Vejam bem: não sou nordestina e, a não ser pelo twitter, não me recordo de ninguém oriundo do Nordeste com quem, hoje, eu tenha convivência próxima. No entanto a agressividade da declaração unida aos meus parcos conhecimentos de geopolítica brasileira e a um, sei lá, bom senso?, recebido em casa, mesmo, resultaram numa raiva enorme. 
Me espanta perceber que num país miscigenado como o nosso [clichê, sim, bróder. Vai dizer que não tá certo? Eu tenho ascendência indígena, italiana, portuguesa e árabe. E essas são as de que tenho certeza...] as pessoas tenham essa veia fascista, intolerante e otária. Talvez tenha sido apenas infelicidade, talvez seja babaquice. Em qualquer dos casos, seria interessante se vigiar. Espero que ela não seja reconhecida na micareta em Salvador. Serião.
Agora vamo falar de coisa boa? A iogurteira Top Therm A Tadsh, aquela fofa, e o Alex, aquele tramoiento, fizeram na surdina um adesivinho pro Congeminemos. Isso já tem algum tempo e assim que eu o recebi, colei aqui do lado, ó. Cheguei a começar um post de agradecimento e, como acontece muitas vezes, precisei parar no meio, não retomei e ficou suspenso. Tamo aí pra se redimir e dizer que fiquei toda feliz, agradecida, siachando, porque eles são uns lindos atenciosos e, como eu já falei mais de uma vez, se merecem.
Quem quiser pregar no caderno, copia aqui do ladinho e cola lá, pra aparecer bem bonito, assim:
 
=D


Tá rolando uma mudança. Não sei o que parece pra quem vê de fora, mas pra mim é considerável. Eventualmente trato como se fosse o curso natural das coisas, como se não fosse razão para estranharem, mas sendo natural do interior do interior, vou ouvir perguntas, ser apontada e, olha, tô bem me lascando. A mudança envolve curso, casa, vida, e objetivos. Não mudei de mãe - e não o faria. Não troquei de sexo - ou preferências -, nem mudei de amores. Fora isso, "cabeça pra baixo" define.
Quem quiser mais informações pode perguntar diretamente, que isso aqui também não é meu querido diário, né? E eu tenho consideração pela paciência de vocês.




A prefeitura da cidade tomou uma atitude bastante apropriada, adequada, legal, digna e ___________ [insira seus adjetivos positivos preferidos aqui]. Pegou como pagamento de uma dívida um terreno razoavelmente grande, juntou a uma antiga floricultura municipal que havia ao lado - e coincidentemente muito perto da minha casa - e transformou tudo num parque. As árvores debaixo das quais eu brincava quando era menina continuam lá, assim comoo córrego onde a minha mãe catava girinos na infância dela. Eu nunca faria isso, claro. CLARO. No sábado à tarde, assim que o sol deu um sossego, levei Luísa, a sábia, para uma volta e uma brincadinha. Tinha gente caminhando, conversando, sentadinha com os pés na água, tirando foto na ponte, fazendo piquenique, minha gente! Descobrimos uns miquinhos lá, olha que graça! [isso até eles aprenderem a roubar comida e puxar o cabelo dusmininu] Prometi à Lu que na primeira oportunidade faço umas comidinhas, uma jarra de suco, cato uma toalha xadrez e a gente vai pra lá fazer um convescote. Fiquei deveras satisfeita por ter um canto pra ler ao ar livre quando der vontade...Pode me chamar de PIMBA, se quiser, mas realmente gosto de ler ao ar livre. Banquinho, sombrinha, brisinha... e na minha rua! Sem contar que os parquinhos estavam tão cheios de crianças com suas famílias felizes, que me deu um sei lá o que e me fez acreditar um bocadinho que a vida, além de mais fácil, pode ser melhor, mesmo. Isso por conta de um parque

O futuro nunca foi uma coisa com a qual eu me preocupasse com afinco. Uma pensadinha aqui, um plano ali e a filosofia Deixa a vida me levar, vida leva eu sempre foi a predominante. Uma remadinha aqui, uma direcionadazinha ali e nada muito mais forte que isso. Não que isso tenha mudado drasticamente agora, mas tomar uma decisão for real e fazer o trem acontecer dá uma sensação boa de dever cumprido, apesar de esse ser um pouco comprido e -- infâmia detected! 
Ainda sobre o futuro, ele promete. Promete um buraco no meu peito e já me preparo pra ele sem muito medo. O que vai dar eu ainda não sei, mas já comprei um estoque de lenços de papel bem macios e cremes anti-sinais, que não pretendo virar um maracujá de gaveta aos 25.

O quinto boletim das aleatoriedades fica por aqui.
Qualquer dúvida, pergunta, questionamento, desconforto, podem me procurar. 
Só evitem, por favor, reações muito exageradas. Um pouco de temperança, por gentileza. [oi, resgatei as aulas de religião da tia Elza? E não sei se é a palavra certa, mas pra mim encaixa como uma luva. ]


Carpe Diem.




9 comentários:

@sourainha disse...

ia chorar que nunca brinquei em árvores, quando criança. daí lembrei que, quando morava em roraima, subia sempre em um pé de jambo que tinha no quintal de uma tia. não lembro como é um jambo, mas sinto que parece um caju, só que mais queimadinho.

acordei e tava esse bafafá sobre nordestinos e seus votos. quando entendi, vi que era melhor nem ter me dado o trabalho. não quero parecer mais moral que sou, até porque isso é bem fácil, mas tive vergonha quando li aqueles tweets de acusação e segregação. igualmente ruim foi ver o número de RTs que não eram de protesto e sim de apoio e reforço a idéias tão ultrapassadas e babacas.

sobre parentes/pessoas queridas que pretendemos conviver mais e não rola, ooolha. sou mestre nesse tipo de coisa. converso com a pessoa e é tão agradável que prometo repetir a experiência. passado muito mais tempo que o previsto, reencontro a pessoa ou parente por acaso e refaço a promessa. um dia mudarei SERÁ

adorei o post, só pra variar
:*

Fabi disse...

"Espero que ela não seja reconhecida na micareta em Salvador."

Oi, meu nome é Mayra e eu sou LYDNA.

Fabi disse...

E não tem nada de idiota em gostar da própria família. E eu 'tô TODA curiosa pra saber que tanto de mudança é essa, e de onde diabos vão vir essas lágrimas, mas vou fingir que sou discreta e não vou perguntar assim NA CHINCHA. Só aviso que 'tô curiosa.

Beijo, xuxu.

Anônimo disse...

Sobre gostar da própria família: quando o amor viaja e eu fico sozinha em casa (como agora, bem num feriadão), tento e tento, mas não consigo deixar de ligar pros meus pais e perguntar se posso vir pra cá (sim, estou na casa deles), por favoooooor? Eles adoram, claro. E eu me dou mega bem com eles (agora que eu passei da adolescência e saí de casa, aquela coisa toda, hehehe).

Cris disse...

Nossa, post maravilhoso e suculento!
Adorei!! Demorou,mas compensou!
Sobre o tweet canalha daquela menina: concordo com o que você escreveu, senti tudo isso também.
Beijos

Tati disse...

A complicação toda é que o mundo tá lotadinho de cretino. Problema todo é este. E cansa, viu? Cansa DE DOER. E dói.

Giu disse...

Adorei a mistura de temas no post!

Concordo com o que vc disse sobre preconceito. E acho que é legal a gente mostrar que é contra esse tipo de postura, porque eu sempre acho que "quem cala consente", como diz o ditado.

Cara, sempre fui over-urbana, mas parque é muito amor e po, que legal saber que a galera, principalmente as crianças, estão aproveitando!

Fiquei curiosa quanto às mudanças, hehe.

Beijos!

Nathie. disse...

Me chama pro convescote com toalhinha xadrez. o/

Do futuro, eu gosto duma frase que eu li por um acaso: "A questão é viver tudo. Viva as perguntas agora. Talvez assim, gradualmente, você, sem perceber, viverá as respostas num dia distante" ( Rilke)

;]

Anônimo disse...

Thanks :)
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