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sexta-feira, 17 de outubro de 2014

dos ponteiros




Às vezes, as perspectivas mudam como se a gente estivesse sentado no ponteiro de um relógio. Vez em quando, no maior, vez em quando, no menor. Ultimamente, parece que tenho me sentado no ponteiro dos milissegundos, revisito com alguma frequência um tema ou outro e quase sempre tem uma coisa nova ali. 

Inclusive, este ano voltei a algumas cidades. Em todas as vezes a experiência foi bastante diferente e tenho a impressão que foi porque eu, definitivamente, não era a mesma. Talvez eu porque eu estivesse toda ali, talvez eu estivesse mais tranquila, talvez eu estivesse mais leve - é essa a aquisição mais preciosa dos últimos tempos, a leveza. Jogar fora o que pesava e ocupava espaço parece ter feito um bem ainda maior que o esperado. Passei por São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Belo Horizonte, entre julho e outubro e tô um pouco mais encantada por cada uma delas [talvez se deva fazer um adendo sobre São Paulo. Meu caso de amor com ela não é novo e acho que alguns pontos específicos da cidade, se tivessem memória  e pudessem falar, sequer lembrariam de mim, porque é gente pra cacete, então naaah].

O ponteiro vai girando e vai-se percebendo que um problemão era probleminha, que o meu é, sim, importante, mas que, eventualmente, o dos amigos é mais que o meu e nessas bota-se cada coisa em seu lugar e a vida passa a funcionar.
A-VI-DA-FUN-CI-O-NA. Eu não me canso de sentir algum encantamento por esse fato.
 
As expectativas, assim como as perspectivas, mudam. Numa conversa que eu tive um dia desses, chegamos ao consenso de que a gente controla as expectativas, mas o cérebro e o coração são meio tapados, então a possibilidade de dar merda tá sempre aí - e isso não deixa de ser, sei lá, um charme, uma vantagem, uma graça. O grande truque que eu tô usando é não deixar a expectativa ser um suflê sem base [opa, pera, isso foi de outra conversa, com outra pessoa], outro é só tentar corresponder às minhas próprias expectativas. Gente, a maravilha que isso faz pela pele, pelo cabelo, pelo sono, pela gastrite. Ah, sim, tendo a me preocupar em atender as expectativas de uma outra pessoa. As dele:




Porque cafuné, mamadeira, almoço nutritivo e gostosinho, umas jogadas pro alto, dancinhas bizarras, vídeos da Arca De Noé e longos banhos lendo livro emborrachado eu consigo fácil, fácil. E achando bom.