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segunda-feira, 10 de março de 2014

dos desastres que se evitam



Eu sempre fui muito desajeitada. 

Sempre caí, sempre derrubei tudo, acertei as pessoas sem querer, quebrei copos, pratos, rasguei meias, sempre. Com o tempo, aprendi a cair (visto que eu nunca botei um gesso ou tala, dá pra dizer que levar tombos é minha especialidade). Aprendi também que um pouquinho desse desastre tem a ver com a enxaqueca e as vertigens que a acompanham. 
Outra coisa que aprendi com o tempo foi a deixar cair o que pode me machucar numa tentativa de salvamento, como facas ou panelas quentes, e a segurar o que deve ser impedido de chegar ao chão, como pratos quebráveis e crianças. 
Saber que algumas coisas são mais valiosas que outras é bastante importante. Uma faca, por mais que eu goste dela, é uma faca. Embora tenha vindo num kit, com estojo bonito revestido em couro e um monte de outras facas e utensílios, é só uma faca, pode cair, pode se estragar, não tem problema, . Crianças não são vendidas em kits, por enquanto, eu acho e, quando caem, se machucam. 
Segurar a criança e dar um passo pra trás quando a faca cai.
Assim ninguém se fere, assim tudo que tem que sair inteiro sai inteiro.