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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

do que se repete

ela resolveu se despir da máscara de auto-suficiência.

_você está muito folgado.
_an? que que eu fiz?
_por que só você ganha colo aqui? eu também quero.


e foi por isso que ele foi dormir sorrindo. esperava o dia de dar colo outra vez.
esperava o dia em que sentisse fazer a diferença pra ela.
esperava o dia em que ela pedisse a presença, os braços, o sorriso, os olhos, o beijo de boa noite dele.

ele deu tudo isso. o colo, a presença, os braços, o sorriso, os olhos, o beijo.
ela se reconfortou e se esqueceu daquele livro do príncipe, do lance de cativar - de novo.


ele, outra vez, espera o dia em que ela peça colo, os braços, os olhos e o beijo de boa noite.
enquanto isso ela se agonia, pensando em como contar a ele tudo o que pensa. contar que não se esqueceu do príncipe e da raposa sabida. e contar dos outros príncipes da sua vida, também.

mas ela não sabe falar essas coisas. perdeu o tato com o passar dos anos.
além disso, sempre acha que ele sabe lê-la como ninguém. aí fica assim: ela não fala e ele não pergunta.
a coisa vai morrendo aos poucos.
e ele ainda quer dar o colo, os braços, os olhos e o beijo de boa noite, assim, no cantinho da boca.

3 comentários:

carmim disse...

é tão triste se deixar morrer pelo silêncio.

carmim disse...

não sei o que é pior. esse silêncio atual ou a falta de tato perdida por situações doídas do passado.

Anônimo disse...

Tangerine,olha, eu te achei perdida em um comentário no blog do Scaliant e de intrometida que eu sou, haha, resolvi comentar que seu blog é muito dos agradáveis =]