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quinta-feira, 2 de abril de 2009

de memórias e tristezas

Eu tenho uma relação meio estranha com objetos "simbólicos". O guardanapo com uma flor desenhada, recebido no natal de 1963, a arvorezinha feita com papel de embalagem de pen drive, montada em aproximadamente 1.500 a.C., o bilhetinho de agradecimento, a flor roubada do quintal alheio em 1967. Tenho essas coisas - e algumas outras. Umas estão expostas, outras estão guardadas. E há as escondidas. Talvez seja uma impressão errônea, mas me parece que as escondidas pesam mais. Mas nem é disso que eu quero falar.

É que por contar do ocorrido com o professor (mesmo que bobinho - o acontecido, não o cara), tá rolando uma idéia fixa aqui. Esse diabo de memória. Não é a primeira vez que caio nesse assunto, como talvez se lembre a Donama(n)da.

Em duas das três lindas portas do meu guarda-roupas (hífen???) há fotos (na terceira tem um desenho da Graúna, personagem criada pelo fabuloso Henfil). E essas fotos hoje suscitaram umas lembranças - o que acontece quase todo dia. Como hoje a ideia era estudar literatura polonesa, é óbvio que as fotos atraíram muito mais o meu cérebro boêmio. Me deu vontade de voltar pra Argentina; de pegar meus priminhos, fazer cada um voltar pra sua melhor fase e passar horas com eles. Deu vontade de voltar pra minha festa de aniversário e cantar duas músicas no palco, ao invés de uma só. Voltar pra praia, me sentar sozinha lá por pelo menos um dia inteiro, sentindo o vento, lendo alguma coisa boa e bebendo água de coco.

Coloquei algumas coisas novas nessas portas. Mas mais importante são as coisas que eu tirei de lá. Tirei fotos que andavam me fazendo mal. E pedacinhos de papel cuidadosamente escritos e recortados, que começaram a perder o significado. Não sei ainda se me alegro ou entristeço, contudo uma coisa é certa: mudanças aconteceram.
Existir cansa.


A propósito:
Da próxima vez em que alguém desencadear o início de um surto, crise, ou algo que o valha, proceda da seguinte forma:
Vá para o seu quarto;
Pegue seus óculos de sol mais bonitos (se for à noite, o efeito positivo desses acessórios é intensificado) e fique fabulous usando óculos de sol com uma amiga que entre no/ajude a criar o clima.
Com a luz acesa - afinal vocês estarão de óculos escuros - e com música adequada, conversem, fofoquem, reclamem, tricotem, chorem, xinguem, elogiem, critiquem, mandem a putaquepariuessescretinostodos até o dia amanhecer.
And get better.

Serve para TPM, saco cheio, irritação aguda ou crônica, hiperfotossenssibilidade e espinhela caída. Não recomendado para casos de enxaqueca, devido ao potencialmente alto índice de risadas.





Hoje bateu a saudade mais doída de todas. E não há o que fazer.
:(

6 comentários:

Cachorro de 3 pernas disse...

claro que há! BE FABULOUS! Fè-bu-lo-us

Joyce Pfrimer disse...

Vc sabe que eu adorei esse negócio de ser fabulous né?

E que diabos todas as pessoas do sexo feminino do mundo resolveram ficar de TPM juntas?

talita disse...

sempre gostei de óculos de sol sem o sol...
:*

solin disse...

amigos fazem bem ever!!!!!

mas esse negócio de memória espanta pq ela, a memória, é traiçoeira, surpreendente etc etc

seu professor morou no Hawaí e lembra... a dele é dessas surpreendentes.

eu tenho uma clave de sol (tatuada), peças xadrez, uns vinis (compactos) e pulseira de pano. sou nessa onda grunge? hehehehe

ain, adoro o menino maluquinho. eu assisto sempre q posso aqui.

eu te segui no twitter. vc viu?
@desol

ei, de que estávamos falando mesmo?
rs

^^

um xero, moça!

Anônimo disse...

Preciso providenciar um óculos de sol urgente, nunca se sabe quando um surto pode te atacar!

Bowler Hat Strange Guy disse...

Gente é remédio de gente, mas existir cansa mesmo.

E eu só não tiro férias disso porque ainda não plantei uma árvore decente, não editei tudo o que escrevi e não consigo cuidar nem de mim direito, que direi de um beagle? E de um FILHO, então???
Logo, ainda devo fazer muita hora extra. :)

Olha, eu gostava do Monstro do Pântano, mas nunca tinha lido o Watchmen até o lançamento do filme (cultura pop é uma merda, te acha até embaixo da cama...).

Numa passagem, uma das personagens se queixa por ser constantemente envolvida nos liames da instabilidade alheia ("Estou cansado deste mundo, desta gente. Cansado de ser colhido no emaranhado de suas vidas."), depois se pirulita pra muuuuito longe.

Olha... Que bom que na vida real a gente não pode se pirulitar pra muito longe: acabaríamos nos tornando crianças com muitas milhas aéreas pra descontar.

Os óculos escuros parecem muito mais saudáveis.

:)

Beijo enorme, Mayra!
Agora eu vou deixar um espacinho aqui pros outros comentarem também, né...
Hahahahaha