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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

das senhas



Essa história me foi contada por um amigo. Para todos os efeitos ele é fictício e será chamado de José Paulo, doravante JP. É preciso que eu dê algumas informações para melhor visualização da história: JP é um cara alto, de pele bem clara, que nessa época ostentava longos cabelos castanhos. Ele tinha 18 anos e acabara de mudar-se de Porto Alegre para Brasília.
Logo que a família, composta do próprio JP, sua mãe e irmã, mudou-se, foram lanchar perto de casa e escolheram talvez sem saber, o baluarte do fast-food brasiliense, o Giraffas. 
Fizeram seus pedidos, JP escolheu logo um TRI GRINGO, porque soou familiar, e lhes foi entregue a senha de número 80.
Sentaram-se e ficaram de olho no display, esperando seu numerinho chegar. A senha bateu no 79, galere ficou animadinha na cadeira, pensando pqp que demora dos infernos que a comida já estava a caminho e PÉEEEN! O display chama o número 83. Entre puto da vida e muito revoltado, JP se dirige ao balcão:
_Moça, minha senha é a 80. Vocês pularam da 79 para a 83, sem chamar a 80, QUE-EU-VI!
_O senhor não entendeu, sen--
_Não entendi, mesmo! Que absurdo! Isso não se faz com um cliente! Quem vocês acham que são? 
_Senhor, a questão é que nã--
_A questão é que vocês desrespeitam a pessoa que está aqui esperando! Eu vi, EU VI que a minha senha não foi chamada!
A mãe do JP foi correndo tentar melhorar a situação:
_Meu filho,calma! Eles não têm ordem e--
_MAs BAH! Tô vendo mesmo! Esse povo não tem um mínimo de ordem! A gente espera, espera, e eles colocam outro na fr-- 
_Vem pra mesa, JP. Vamos esperar nosso número
_Ir pra mesa? Se a gente for pra mesa eles vão chamar o 93, mas não chamam a gente, né, moça?!
_Pode acontecer, senhor, mas apenas se os outros ped--
_Se os outros pedidos forem melhores que os meus? 
_De forma alguma, senhor, o que ac--
_O que acontece é que vocês não têm o mínimo de respeito pelo consumid-- é isso! Vou no procon e--
PÉEEEN!
A senha indicada é a de número 80.
JP e sua irmã vão buscar as bandejas, maldizendo a falta de organização desse lugar e do mundo todo.
Com o passar do tempo ele aprendeu que as senhas podem não ser lineares e, independentemente disso, a comida chega. É uma boa lição pra vida, criançada.

Se essa história fosse verídica, eu riria muito quando me contassem. E riria depois me lembrando dela. E pediria permissão ao JP, caso ele existisse, para publicar no blog. 
SE.