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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

das aleatoriedades da vida (VIII)



Eu sou meio desastrada. Na verdade sou muito desastrada.
Quando criança eu era sempre a que se machucava - e saía chorando - e acredito que só não era terminantemente excluída das brincadeiras com as primas porque, sendo a mais educadinha [medrosa?], os adultos tendiam a atender aos meus pedidos de besteiras, comidas fora de hora e sorvetes com um pouco mais de prestatividade. Ouvir "caiu feito um mamão maduro" era uma coisa tão corriqueira que nem me incomodava [muito].

O tempo passou, eu "cresci" e fiquei um pouco mais habilidosa, embora ainda tropece, derrube coisas, não tenha um nada de mira e trombe nas pessoas. Curiosamente me machuco pouco na cozinha. Imagino que a pouca graça que me sobra fique ente a pia, a bancada e o fogão, o que é um alívio, visto que é nesse perímetro que eu passo boa parte da vida. Depois de ter feito meu próprio dedo à pururuca na aula, um dos professores agora acha que eu me queimo toda aula e tá sempre me rondando e perguntando se queimei o dedo. Ontem saí fazendo careta, o professor perguntou o que aconteceu. Respondi que era um cortezinho no qual eu ESFREGUEI pimenta sem querer. Ele me chamou quando eu estava quase na pia para lavar as mãos e disse com uma cara muito séria:
_Deixa eu te dar uma dica: se você passar pimenta onde está cortado, DÓI.
Essa é a minha vida.

Hoje, não tenho muita certeza sobre as razões, toda a falta de jeito da infância voltou a tomar conta do meu corpo e me fez mandar DM na timeline e tweet por DM; errar reply, dar RT em coisa errada; acertar a canela na cadeira; me assustar com o pássaro, dizer alto "Ô, passarinho maluuuco!", me tocar da imbecilidade da coisa e rir alto o suficiente para fazer o cachorro latir; me embaralhar nos fios do computador, filtro de linha e carregador de celular e quase cair num espaço tão curto de tempo que me coloquei de castigo. Castigo mesmo, sentada no sofá, com as mãos sobre os joelhos, pensando na vida ATÉ QUE recomecei a rir do ridículo de mais essa situação.

Moral da história: nenhuma. Eu sou pessimista, negativista demais pra admitir que a nuvem negra tá indo embora, mas tá rolando um vento, sim. Um vento fresquinho, que deixa menos abafado o ambiente e tá embaraçando meu cabelo, porque eu preciso ter motivo pra reclamar. :D

A propósito, eu completei vinte e seis anos na companhia de gente linda e num lugar sensacional. De quebra consegui levar minha mãe pro show do Clapton, fazer minha irmã gostar de gnocchi e conhecer arrobas que eu queria trazer pra casa! Teve twitter rupestre com DR no banheiro masculino e recados no feminino. Queria ter feito um live tweeting, mas, além de não ter um smartphone pra chamar de meu, estava muito ocupada comendo e conversando. AliLás, gostaria de dizer mais um obrigada a quem esteve lá! Foi tão bom que todo agradecimento é pouco. :)