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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

das conversas



Luísa, lá com seus 4 anos, altas horas da noite, pede à mãe um caderno da Hello Kitty.
_E onde é que eu vou arrumar um caderno da Hello Kitty a essa hora, Lu?
_Aaaai, mamãe! No caderneiro, né?


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Numa conversa das milhares que aconteciam entre Brasília e Anápolis, um colega nigeriano e eu conversávamos sobre a parte da família dele que não estava no Brasil:
_E eu tenho uma irmãzinha, a caçula, de 6 anos.
_Ah, legal. Cê não sente falta dela?
_Muita. Muita saudade mesmo.
_Ela já frequenta o colégio, certo?
_Não! Cê tá louca?
_?
_Ela só tem seis anos!
*agora com medo de causar um incidente diplomático e procurando a melhor forma de perguntar*
_Mas com quantos anos se começa a ir pro colégio lá?
_Ah, com uns 16, 17...
_Mas, Sayo, você ainda nem tem 20... 16 é muito tarde pra entrar na escol--
_Escola?
_É, uai,
_Hahahaha!
_Oi?
_Desculpa, é você falou "colégio" e eu traduzi "college".
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Domingo passado o Ivanzinho foi me buscar no trabalho e minha mãe me falou que ele disse ser incontrolável. Ele deu uma risadinha e disse que não, momõe pediu pra ele me contar o porquê disso e ele começou:
_É poique [sim, ele fala "é poique" e me mata de fofura, putamerda] ela perde as coisas e fica procurando tudo aí ela perde uma perde outra procura uma uma acha outra perde uma e eu encontro tudo! Então eu sou incontrolável.

Mais tarde fui ensinar ao Ivanzinho e à Lu como se joga Batalha Naval.
_Aí vocês vão tentar adivinhar onde está o barquinho do outro, pra isso vão usar o nome do quadradinho onde vocês acham que o barquinho está. Esse aqui, por exemplo, se chama Bê Oito.
Tudo ia muito bem quando o Ivanzinho [que tem dicção de criança de desenho animado. Ele diz "pocula" e "meu nome é Ifanshinho"] manda:
_Luísa, você tem um barquinho no zê sete?
_hahaha, ai, Ivan! Não tem zê, só vai até o jota.
_Nãaao! Eu tô perguntando se você tem é o zê! 
Momento em que eu entro na conversa pra evitar a fadiga e pergunto que letra é essa.
_É o zê, ó.
_Não é o éss--não, não tem ésse... Será que é o... gente! É o gê? 
_É, uai! O zê!
*corta pra Mayra amassando as bochechas do menino*

A verdade, meuzamigo, é que essa criatura só não sai daqui de casa toda mordida ~é poique~ eu me controlo muito.



E eu uso os dois pra amolecer o coração dos criente. :)