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terça-feira, 14 de maio de 2013

dos monstrinhos






Há não muito tempo tempo [depende do que se considera muito tempo, obviamente. Há muito tempo nem posto aqui] falei dos meus tios
Pois bem, agora é a  minha vez, fiquei oficialmente pra titia. Logo, logo, minha irmã expulsará para o mundo uma criaturinha chamada Rafael, que ficará algum tempo na minha casa e por quem eu já morro de amores. Não sei que cara o moleque tem, mas já o imagino nas roupinhas inacreditavelmente fofas que ganhou, já fiz mais de duzentos bolinhos por ele, já quis até entrar em briga porque todo mundo sai com essas de "nosso sobrinho" e, vejam bem, essa criança tem dois tios biológicos e apenas 4 adotados. Rafa ainda não nasceu e já tem uma tia bem ciumenta. 
Voltei a pensar em tudo que meus tios representam pra mim, no carinho, nas brincadeiras e nas broncas - e, gente, o que eu levei nessa vida foi bronca. Só pararam agora porqu--não, não pararam -, mas tenho pensado, principalmente, no que aprendi com cada um deles. Tem a tia que me deu um relógio de ponteiros e ensinou a olhar as horas; a que me ensinou a pintar com aquarela e a fazer miojo; o que me ensinou a andar de bicicleta; o que me contou que ele só brigava pelo comprimento da minha saia porque sabia exatamente o que os caras falariam na porta do bar, se eu passasse por eles vestida daquele jeito; o que largou tudo o que tava fazendo e foi me aconselhar quando viu que eu precisava; o que me tirava do sério, mas me carregava pra todo lugar. 
As circunstâncias são muitíssimo diferentes e nem de longe eu conseguiria fazer isso tudo pelo monstrinho, já que sou uma só. Isso não me impede, no entanto, de querer fazer pelo garoto o que eu puder, o que inclui já estar pensando nas papinhas que ele só vai começar a comer no ano que vem e que não podem ser industrializadas, ora essa, se ele tem uma madrinha gastrônoma. Inadmissível. 

Já penso nos passeios, nas voltinhas pra pegar o sol da manhã [ESTOU PENSANDO NO SOL DA MANHÃ, AMIGOS], nem as possíveis noites em claro seguidas de dias de trabalho tiram o sorriso idiota que brota na minha cara só pela menção ao bebê. 

Estamos preparando a casa para recebê-lo, o quarto ao lado já tem cheirinho de nenê, por conta das roupas, das colônias, dos sabonetes [e deuls sabe o quanto me custa não deixar essas roupas em cima da minha cama o dia todo, pra impregnar o perfuminho em tudo]. Já há brinquedos fofinhos e fraldas visíveis, já se conversa sobre quem dará os banhos nos primeiros dias [ESCOLHE EU, ESCOLHE EU, GENTE].
A chegada do Rafael está prevista para a segunda ou terceira semana de junho, mas, sendo filho de quem é, pode aparecer por aqui a qualquer momento. Ele tem uma tia Marocas ansiosa, esperando pra ver a cabeleira que já enfeita a cabecinha, louca pra ficar com a boca toda mordida - porque esse é o jeito de ela se controlar e não apertar as criaturinhas. Querendo muito ser pra ele o que meus tios são pra mim. 





Um comentário:

Anônimo disse...
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