Mesmo com as persianas fechadas, eu vejo as luzes lá de fora.
O parapeito da varanda faz na cortina uma sombra tão retinha, parece desenhada com régua e caneta.
A noite está fria, eu deixei de caber em mim, a música não preenche o que deveria e só o bebezinho que tento fazer dormir me impede de sentar no frio, sentindo o vento gelar meu rosto.
Mesmo com as persianas fechadas, eu vejo as luzes lá de dentro.