De repente, de onde sempre houve arremedo de tranquilidade e sossego, uma calma controlada de granada sem pino, surgiu uma inquietação. Uma necessidade de sair do lugar e ver tudo que passou pela janela (tantas janelas. E agora parece óbvia a razão pra gostar de janelas assim).
Enquanto espera, a coisa mais sábia a se fazer é botar na cama o lençol mais macio e as fronhas de fleece nos travesseiros extras. Nenhuma música, nenhum filme, nenhum livro prende a atenção por tempo suficiente, é tudo muito frágil.
Muita historinha passa pela cabeça, muito "e se". Uma vez eu tive um relacionamento que durou as estrofes de uma música. Dia que eu reparei que o último encontro foi também a última estrofe achei doce e bonito, não achei triste, uma vantagem que só o distanciamento do tempo proporciona.
Eu vi tanto nos últimos meses. Estive num país novo, com uma cultura diferente e moedas sem números (por que alguém faz isso, meu deus, por quê?) e mesmo lá dentro houve tantas diferenças, é fascinante observar e sentir. E é fascinante comer loucamente e sem lembrar que há calças que não se adequam a pessoas que comem loucamente sem lembrar que há calças que n--
Estive na cidade dos parques™ e arranquei uns três "oi?" quando, ao me pergumtarem do que eu mais gostei, respondi sem piscar "da nasa <3"
Na cidade do Carnaval Deles™, me choquei que um dos desfiles principais começa com uma banda de militares. Francamente, amigos, vocês não entendem de carnaval. Em meia hora, no entanto, eu estava pedindo colares aos berros - e usando um chapéu de lobo cinza de pelúcia. Com patas que eram cachecol E luvas. Tava frio. A música. A comida. As pessoas. A cidade. Que lugar lindo.
Talvez eu tenha ido ver onde um dos meus cantores favoritos fez a deselegância de morrer. Talvez tenha sido uma das melhores decisões da minha vida. Ver a casa do rei e almoçar no bar do outro rei, ouvindo blues e me maravilhando com cada minuto da vida foi, definitivamente, uma boa decisão. Comi tomates verdes fritos lá.
E fui visitar uma amiga e morrer de amores pelo filho dela e ter a certeza de que eu escolho gente massa pra minha vida. De quebra, me encantar por mais uma cidade e não conseguir ver as sequóias gigantes porque aparentemente todo mundo teve a mesma ideia.
Antes de tudo isso, teve a maçãzona lá. Com neve de filme, visita a vários monumentos, me hospedar em frente à casa onde o Coltrane morou, passar 01 dia inteirinho andando no museu de História Natural, comer bagel todos os dias, roubarem, minha luva no metrô, comer um pãozinho indiano com cominho e me apaixonar perdidamente e, prestenção, nem cominho eu curto. Teve até um mala que me conheceu e depois me achou em outra cidade.
Muita experiência boa pra compensar o fim de ano bem chato (hue).
Parece injusto que eu queira continuar feliz, eu acho.
3 comentários:
motivos pra voltar: infinitos <3
Lu, e só aí tem um tanto, viu? <3
nhoim <3 um de 6 semanas em especial :-)
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