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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

das incongruências


Ele gostava de achar que era diferente dos outros.

Gostava de pensar que era mais carinhoso e mais compreensivo com as garotas, que sabia mais de música que a maioria de seus amigos. Gostava de pensar que apesar do nome comum - existem Guilhermes em todas as esquinas -, quem o conhecia sabia que ele não era tão comum assim. Ao mesmo tempo se espantava quando uma pessoa sabia o nome dele, não acreditava na atenção recebida. E muitas das vezes queria mesmo era passar incógnito - como há Guilhermes em todas as esquinas, ser um Guilherme era quase cômodo.
E vivia assim, na incongruência de querer e não querer atenção. De recebê-la de braços abertos hoje e sair correndo, sem olhar pra trás um segundo que fosse, no dia seguinte.

Não partilhava muito de si com as pessoas. Tinha alguns bons amigos, e sempre escolhia um pouquinho só pra cada um deles. Nunca mostrava demais, por crer que o peso de cada um é de cada um e não deve ser jogado no ombro alheio, mas ouvia com atenção. Gostava de ser ouvinte. Alternava momentos abertos, em que conversava com qualquer pessoa, animal ou objeto, e momentos de cara fechada, em que assustava qualquer pessoa, animal ou objeto.

Guilherme nunca queria se expor. A despeito disso mostrava seus textos - pedaços dele mesmo - a pessoas aleatórias. Até pensara seriamente em publicá-los online, mas desistiu. Na internet seria impossível saber exatamente quanta atenção receberia.
Numa conversa preferia ficar calado a fazer papel de bobo, demonstrar sua ignorância. Até a roupa era escolhida para passar a imagem de quem se preocupa mais com o cérebro que com o rosto - sem se esquecer do charme e do impacto visual do clássico preto e branco (já haviam dito que ele ficava ótimo de preto e branco).

Era mais maduro do que se esperaria de um rapaz da sua idade e menos do que ele mesmo gostaria de ser.

não tem fim


7 comentários:

carmim disse...

huhuhu

Anônimo disse...

vou te contar: o primeiro comentário q vc fez, em resposta ao meu, no meu blog coletivo. EU VI AGORA!! kkkkk

jamais imaginei tê-lo a minha espera.

^^

=*

Joyce Pfrimer disse...

eu conheço tb! eu conheço?

hehehe!

=P

Anônimo disse...

pois bem, Mayra, posso afirmar que eu sou bem assim como o Guilherme da sua história. de verdade.
Claro que meu nome, Solin, não é comum como Guilherme.

vc conhece mais de minha pessoa agora.
:D

tiago araujo disse...

ah! me fala quem não quer um pouquinho de atenção?

Anônimo disse...

Eu nao conheco nenhum Gulherme =P

;*

Anônimo disse...

É lendo o que os outros escrevem, que acabo descobrindo mais sobre eu mesmo.
Obrigado!... e, congeminemos.