Ela disse que o amava, com todo o sentimento que conseguia, que se impulsionava, que parecia pegar um caminho direto entre o estômago e a boca. "Praticamente um vômito de sentimentos", pensou depois.
Ele, como acontecia com frequência, pareceu não acreditar. Não que duvidasse da capacidade do amor dela, mas por duvidar um pouco que merecesse a dedicação que ela lhe propunha.
Era assim.
Ela duvidava que ele a quisesse apenas, o que a fazia procurar outros braços pra se aninhar, enquanto ele pensava na quantidade de homens que a queriam e ambos elevavam esses números a potências estratosféricas e ambos sentiam-se mal. E ambos sofriam calados e chamavam a isso tudo de agruras do amor, achavam bonito e dolorido na mesma proporção.
E um dia se cansaram.
Um não falou para o outro o que sentia e foram se afastando.
Ela tinha certeza de que a essa altura ele já estava com pelo menos umas três morenas no pé.
Ele jurava que todos aqueles caras com quem ela conversava - e sempre fora de ter amigos, e não amigas - queriam era comê-la.
Doeu nos dois.
Os dois pensaram que era melhor assim, separados, para o outro ficar melhor.
Morreram sozinhos, procurando no futuro o que parecia só lhes servir no passado. Na saudade.
**Música do meu queridíssimo Jarleo [página dele no trama virtual linkada na frase aqui em cima, ó], que deu a mim e ao Rodrigo a oportunidade de realizar um dos meus sonhos de adolescência: ser backing vocal por pelo menos um dia - ou uma canção [mesmo que eu mesma não me escute na música]. Rodrigo nem precisava dessa canja, porque já é artista também.**
2 comentários:
Por que é tão difícil realizar um caso de amor? Quantas estórias de silêncio não se repetem todos os dias? Lindo post
que linda essa música do jarleo! nunca tinha ouvido...
e seu texto lindíssimo...
o texto e a musica juntos até doeu o coração! não podem fazer isso comigo!
=*
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